CIÊNCIA, EMPRESA E A GERAÇÃO DE TRABALHO.

Marcos Machado 09/03/2020 0
CIÊNCIA, EMPRESA E A GERAÇÃO DE TRABALHO.

*Rosalvi Monteagudo

Na Grécia antiga, no século VI A.C, surgiram os pré-socráticos  chamados de pré-cientista. Voltamos á época antiga em que a ciência era mais pragmática e não como atualmente pela busca do saber. De forma que fizeram a ciência pela observação, raciocínio e conclusão e na maioria das vezes a finalidade da pesquisa  era obter o proveitoso e o prático útil, em busca de uma explicação racional.

Retomamos essa época de ciência, através da necessidade da humanidade, ou melhor, da base de baixo para cima e não como tem sido feita de cima para baixo, afetando a geração de trabalho. A ciência na iempresa é a construção do conhecimento dependente da aplicação e a formação é pelo capital produtivo que é o objetivo principal que a norteia; o saber provindo da prática, através da pesquisa desenvolvida de baixo para cima, passa a auxiliar no desenvolvimento humano e da região. Deve existir o prosperar da pesquisa de acordo com a necessidade da empresa que precisa acompanhar a evolução, senão prejudica a formação dos recursos humanos.

O Brasil não está acompanhando a economia mundial, os problemas que tem para reduzir o atraso em relação a esta quarta revolução industrial e tecnológica, acaba prejudicando a  geração de empregos.

Na empresa, a informação e a pesquisa, quando não desenvolvidas de acordo com suas necessidades, prejudicam o social e o mercado interno ficando sob  o controle da ciência e da tecnologia, provocando a falta da formação de seus recursos humanos, além de gerar as corporações  e as fortalecer, desestruturando o mercado interno pelo desemprego, déficits comerciais e desequilíbrio interno criando os mercados emergentes e desintegrando o social por gerar o desenvolvimento no país de origem pelo controle do know-how.

No neocooperativismo, esta é sua maior força, pois pela organização da informação de baixo para cima, de acordo com as necessidades treina, informa e educa, suporte do quinto princípio cooperativista. A ciência deve atender ao anseio de seu povo para desenvolver e gerar trabalhos.

As empresas estão com problemas de qualificação da mão de obra, pois o desenvolvimento da pesquisa vem de cima para baixo, uma vez que cria uma dependência num marketing que a divulgue que precisa de estudo e especialização, formando mão de obra desqualificada, motivo pelo qual há falta de qualificação em todos os níveis. Temos empregos mais não temos mão de obras especializadas. A ciência precisa ficar mais próxima da empresa para desenvolver suas pesquisas, de acordo com suas necessidades.  A empresa encontra-se numa fase de dificuldade, pois se a economia voltar a crescer há falta de mão de obra  qualificada que dificulta a retomada do crescimento, a inovação e a competitividade.

A ciência precisa descobrir novas pesquisas de acordo com as necessidades, através do estudo prático que leva ao surgimento de algo inovador. A ciência é o estudo que deve ser de acordo com as necessidades dos homens e não como tem sido feita de cima para baixo, mas deve vir de baixo para cima baseando-se no empirismo do trabalho.  A atividade científica deve ser empírica e de acordo com o interesse do trabalho. É um conhecimento que depende da observação rotineira dos fatos, sendo uma interpretação racional pragmática, estimulada pela  necessidade do cooperador/dono.

A ciência desenvolvida de cima para baixo como tem sido feita tem como consequência as mudanças tecnológicas que provocam a perda maciça do emprego, criando a necessidade de uma mão de obra qualificada que por não acompanharem o desenvolvimento das pesquisas ficam defasadas.

 A pesquisa na iempresa é o meio de adquirir conhecimento via os fatos dos desenvolvimentos diários. A ciência que desenvolve a humanidade, atualmente está evoluindo de maneira rápida e o homem não a está acompanhando. As empresas precisam fazer parcerias com os institutos de pesquisas, universidades, etc… para  resgatar o desenvolvimento e a educação, através de uma política mais eficiente.

Essa é a proposta de uma empresa virtual, a iempresa, que desenvolve os recursos humanos pelo know-how educando, treinando e informando, num eterno evoluir. A ciência não pode ser distante do homem mais a partir dele, através de suas necessidades, interesses e reivindicação que deve surgir da prática.  Atualmente a ciência está vinculada ao desenvolvimento da tecnologia que tem provocado profundas mudanças no processo produtivo. A tecnologia produz impacto na sociedade apesar de proporcionar uma vida melhor, mas provoca o desemprego.  É preciso mudar.

** Rosalvi Monteagudo é contista, pesquisadora, professora, bibliotecária, assistente agropecuária, funcionária pública aposentada e articulista na internet.

F&M Procultura

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