Dos jornalistas que investigam aos adoradores de jabá

Marcos Machado 07/10/2020 0
Dos jornalistas que investigam aos adoradores de jabá

Ray Cunha

O jornalismo, ao longo da sua história, muda conforme a tecnologia. Quanto aos jornalistas, há duas tribos deles: os que investigam a verdade e os bandidos, bajuladores, adoradores de jabá, gíria tribal que quer dizer propina. Hoje, a história do jornalismo está dividida em antes da internet e depois dela.

Os jornalistas e estudantes de jornalismo que pensam que é o diploma universitário de comunicação social que os tornam jornalistas de verdade estão redondamente enganados. Eu, por exemplo, trabalhei durante 12 anos como repórter, redator e editor de jornal antes de pôr as mãos no meu diploma de jornalista, emitido pela Universidade Federal do Pará (UFPa.), e já, então, comecei a procurar a verdade, no seu terreno às vezes tentador, mas sempre movediço.

Quando comecei a trabalhar como jornalista, em 1975, então repórter policial do Jornal do Commercio de Manaus, só tinha o terceiro ano ginasial, equivalente, hoje, ao ensino médio incompleto. No início dos anos de 1980, fiz o supletivo de primeiro grau e passei, o de segundo grau e passei, e o vestibular para a UFPa e passei. Em 1987, peguei meu diploma e me piquei para Brasília, onde trabalharia alguns meses com Walmir Botelho, ajudando-o na capa do Correio do Brasil, e só então iria para o Rio, onde já morara, mas minha filha nasceu e permaneci em Brasília.

Hoje, para ser jornalista, basta que se tenha o que dizer e saber dizer; então, pode-se dizer para todo o planeta, praticamente sem custos, e até ganhando dinheiro, via site, blog, portal, YouTube, Facebook, Gmail etc. E mais: diz-se com palavras escritas e faladas, som e imagens, vide crônica de Guilherme Fiúza, “Caiu a máscara dos reaças do lockdown”. No tempo do genial Nelson Rodrigues, a crônica era veiculada em jornais diários, tipo “Avida como ela é”. Agora, como o faz Guilherme Fiúza, além do texto de primeira categoria, conta com som e imagens também, podendo ser lida, ouvida e vista em qualquer ponto civilizado do planeta.

Falar em Guilherme Fiúza há alguns jornalistas brasileiros que nos orgulham a nós patriotas. Um dos melhores é Augusto Nunes, intelectual, escritor, jornalista até debaixo d’água. Lembrando: jornalista é quem investiga a verdade. Outros dos bons: José Maria Trindade e Alexandre Garcia. No YouTube, destaca-se o intelectual conservador Gustavo Gayer.

Lembrem-se, incluindo os que se julgam ungidos pelo diploma e sindicatos: qualquer pessoa pode ser jornalista. Se a questão é de altos salários, aí então vai do preparo do candidato e da empresa na qual ele trabalhar.

Valerá a pena perder tempo sobre a turma do jabá, os apresentadores canastrões, os canalhas travestidos de jornalista, os bajuladores, os traidores da pátria? Não! Fiquemos por aqui.

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