Me engana que eu gosto

Marcos Machado 01/03/2022 0
Me engana que eu gosto

Por Marcos Machado

“Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas.” A frase frequentemente atribuída a Friedrich Nietzsche, apesar de não existirem evidências da sua autoria, nem comprovação científica disso, enquadra-se bem na atual circunstância brasileira e, porque não dizer, mundial. É, vou falar, sim, mais uma vez, da experiência global a pretexto de “salvar vidas” contra a tal “pandemia”.

Pode parecer estranho falar disto agora, quando quase ninguém mais a aborda e até a imprensa parece ter se esquecido, já que a modinha atual é a crise na Ucrânia, mas é porque ainda muita gente se mantém escravizada pelo medo e se agarrando a amuletos e crenças a fim de se proteger do mal. Lamento dizer que, segundo dados científicos, não vai adiantar nada, ou quase nada.

É bom esclarecer, antes que comecem a esbravejar que sou negacionista etc. e tal, que acredito, sim, na existência do vírus e na sua letalidade. Perdi caros amigos e eu próprio experimentei a investida dele no organismo. No entanto, jamais aderi ao pânico gerado pela histeria coletiva que resultou na paranoia social. Isto, não.

Se formos analisar secamente os números que vinham sendo expostos pela Secretaria de Saúde do governo de Brasília acerca da situação vacinal das vítimas fatais de covid-19, não haveria tanta gente em filas para a inoculação. Psiquicamente, elas precisam se agarrar à alguma coisa que lhes dê esperança, como nas cenas do naufrágio do Titanic em que as pessoas se atiravam ao mar congelante com seus coletes salva-vidas. Observando os dois últimos boletins epidemiológicos publicados com essas informações (elas pararam de ser publicadas), 100% das mortes informadas neles foram de pessoas plenamente vacinadas e zero por cento de não vacinados, os alcunhados de negacionistas.

Cheguei a ouvir de pessoa leiga, ao mostrar os dados dos boletins epidemiológicos oficiais, que é tudo mentira, que esses dados são incorretos, porque as “vacinas” protegem e salvam vidas. Enfim, o que se pode argumentar? Nada. Nada parece mudar a forma de “pensar” de quem sofreu profunda lavagem cerebral e foi condicionada pelo medo, nem mesmo a verdade explícita. É uma questão de crença de formatação psíquica.

Por que se adotou extrema campanha para a inoculação de crianças, sabendo que a incidência nesta faixa da população é cientificamente descartável? Até o pobre do Zé Gotinha foi convocado, logo ele que imuniza, de verdade.

Tomando como base especificamente a situação de Brasília, é sabido que 20% da população brasiliense se recusou a participar do experimento global e, de acordo com as narrativas, seria a parcela mais vulnerável, mais suscetível à infecção e praticamente condenada à morte, mas não é isto o que os números relatam. Dos óbitos dos boletins publicados nos dias 14 e 15 de fevereiro 33% foram de vacinados com reforço e 67% com duas doses da substância popularmente chamada de vacina. Então, como as letras podem explicar o que os números mostram?

O que fizeram com esses 20% que, coerentemente, não se rendem às insanas restrições, ditas sanitárias, impostas a pretexto de deter a “pandemia” que não chegou atingir 1% da população? Por que eles não entram nas estatísticas a fim de corroborar com a narrativa? Confesso, sou um deles.

Os números não mentem, mas podem alimentar as mentiras das palavras e sua manipulação para sim, ou para não, é uma arte, se assim se pode dizer, mas diante do fato incontestável, talvez as palavras não possam explicar.

Por que apesar de todas as evidências expostas publicamente, todos os dados difundidos caudalosamente, todas as estatísticas minuciosamente analisadas, ainda persiste o histérico delírio, pleonástico, em busca da inoculação, ao uso indiscriminado de máscara (até ao ar livre e em atividade física solitária), a inócuas e constrangedoras regras de acesso etc.? O que aconteceu com a capacidade de pensar?

Os números não mentem como as letras. No entanto é a letra, a palavra, que aceita tudo e que mente até nas entrelinhas, que convence a maioria.

A teoria “lex parsimoniae”, do filósofo inglês William of Ockham (1287–1347), estabelece, a partir de escritos de Aristóteles, que é preciso manter as explicações o mais simples possível. Einstein também disse que tudo deve ser o mais simples possível, mas não mais simples, ou seja, talvez, é sempre preciso deixar um pouco de suspense, de mistério, de sobrenatural.

O filósofo Karl Popper defendeu que a preferência pelas soluções mais simples se dá porque uma teoria mais simples seria aplicável a uma quantidade maior de casos, tornando-se mais fácil difundi-la maciçamente do que uma teoria mais complexa e de difícil entendimento à maioria.

Então, é isto. Fica mais fácil pôr todo mundo de máscara e impor restrições inócuas e sem sentido, inocular uma coisa qualquer dizendo que isto irá proteger, do que expor toda a trama que envolve o problema. A “guerra” na Ucrânia assumiu o protagonismo midiático em hora oportuna, já que muita gente começava a questionar tais evidências. Ao invés de explicar, melhor mudar de assunto, não é, mesmo?

Ah! A música tema do título “me engana que eu gosto”, de Eduardo Costa, fala de outra coisa, da cornitude conformada, mas vestiu como luva na questão. Só isto.

Jornalista com diploma, psicanalista, analista em saúde, adesguiano etc..

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